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segunda-feira, 23 de março de 2009

Antologia reúne clássicos do vampirismo


Criaturas noturnas, sedentas por sangue, os vampiros habitam o imaginário mundial desde tempos primordiais. A literatura e o cinema souberam explorar esta riqueza de matizes ao longo da história da cultura universal, em especial no século XX. O escritor gaúcho Flávio Moreira da Costa, um dos maiores especialistas em antologias temáticas no Brasil, está lançando o volume “Contos de Vampiros”, reunião de 14 clássicos do vampirismo literário, publicados pelo selo Pocket Ouro, da editora carioca Agir (440 páginas, R$ 19,90).A antologia começa com “O Estranho Misterioso”, texto de autor anônimo e contempla obras-primas do gênero, escritas por nomes como Sheridan Le Fanu (“Carmilla”), Edgar Allan Poe (“Berenice”), John Polidori (“O Vampiro”), Mary Elisabeth Braddon “ (“A Boa Senhora Ducayne”), Bram Stoker (“O Hóspede de Drácula”), Theopile Gautier (“A Morta Apaixonada”), Mary Eleanor Wilkins-Freeman (“Luella Miller”), Francis Marion Crawford (“Porque O Sangue É A Vida”), Montagne Rhodes James (“O Conde Magnus”), Edward Frederic Benson (“O Quarto Na Torre”), Horacio Quiroga (“O Vampiro”), Augustus Hare (“O Vampiro da Granja Croglin”) e Alexei Tolstoi (“A Família do Vourdalak”).O texto do peruano Horacio Quiroga, traduzido pela primeira vez no Brasil, é um dos grandes destaques da coletânea vampiresca de Flávio Moreira da Costa. É, simplesmente, a primeira história de vampiros escrita em território latino-americano. Mantendo o alto nível de sua seleção, o antologista equilibra contos de diferentes épocas, países e estilos.Flávio Moreira da Costa mostra-nos que, além dos modismos que volta e meia transformam o vampiro em ícone pop (caso recente do livro-filme-febre “Crepúsculo”), a imagem daquele que se alimenta da energia de outras pessoas tem um importante passado mítico e literário, sem sombra de dúvida, a base de sua até hoje atual força.“Embora o assunto volte à baila de tempos em tempos, numa espécie de modismo da indústria cultural, em forma de filmes ou de novelas, esse é um assunto tão velho quanto a humanidade. Da mesma maneira que muita água correu e corre debaixo da ponte da história do homem, muito sangue escorre pelas veias deste mesmo homem, para alegria dos vampiros”, brinca o organizador do volume.“São milenares as lendas de seres que sugam sangue e energia, em várias culturas. No ano remoto de 600 antes de Cristo, na China, há registros de um demônio chamado giangeshi, que bebia sangue. Também na Babilônia, Assíria, Egito, Grécia e Roma existiram exemplos.Para Moreira da Costa, o vampirismo só ganha status de literatura entre o final do século XVIII e o começo do século XIX. “John Polidori, Sheridan Le Fanu e Bram Stoker são pioneiros, vindos no bojo da literatura de horror, da novela gótica e da primeira aparição do romance noir, denominação que acabou designando, no século XX, um tipo de romance policial. Mas foi, sobretudo, desde o seu surgimento, uma literatura de grande alcance popular”, salienta o compilador.“É uma estética do horror e do terrível, que foi se construindo ao longo do século de romantismo, um século com os nervos à flor da pele, quando o homem descobriu e se espantou com o mal de viver. A descoberta do terror como uma fonte de prazer interage na atual concepção de beleza. O horrível, sendo uma categoria do belo, torna-se eventualmente um dos seus elementos essenciais, e o belamente horrível passa, através de gradações sucessivas, para o horrivelmente belo”, conta Moreira da Costa, lembrando que, nesta época, surgem personagens inesquecíveis como o Drácula (de Bram Stoker), o Frankenstein (de Mary Shelley” e Dr. Jekkyl e Mr. Hyde, a dupla médico e monstro (criada pela genialidade de Robert Louis Stevenson).“A literatura desta época e deste gênero, em especial, a vertente das histórias de vampiros, experimentou uma grande aceitação e teve prolongada e repetida aceitação”, assinala o autor.Entrava em cena o cinema.

Um comentário:

  1. Pessoal, vamos elaborar mais as notícias. Não basta apenas copiar coisas de outras sites sem citar as fontes. É preciso que haja uma intervenção de vocês. E os resumos? Onde estão?
    Um abraço.

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