
Os 50 anos da Bossa Nova foram devidamente comemorados ano passado, com um sem número de shows, discos, filmes (“Os Desafinados”, com Rodrigo Santoro e Claudia Abreu) e até espetáculos (alguns ainda em cartaz no eixo Rio-São Paulo). Mas alguns lançamentos comemorativos que chegaram ao mercado no finalzinho do ano ainda reverberam nesse 2009, caso da caixa “O Melhor da Bossa Nova”, que comporta três CDs com uma boa amostragem de um dos movimentos que mais projetaram o Brasil, musicalmente falando, nos Estados Unidos, Europa e, principalmente, no Japão.Canções-ícones do auge do movimento, como “Desafinado”, “Águas de Março”, “Chega de Saudade” ou “Só Danço Samba”, claro, estão presentes, além de muitas outras - um CD tem 17 faixas, e os dois outros, 16, cada; interpretadas por cantores que já se foram - Nara Leão, Maysa, Baden Powell, Agostinho dos Santos, Vinicius de Moraes, Wilson Simonal, Silvia Telles, Elis Regina e Dick Farney, para citar alguns - ou por outros tantos que estão aí, dando o ar da graça.Caetano Veloso, que ano passado lançou disco dividido com o “rei” Roberto Carlos sobre o repertório de Tom Jobim, por exemplo, é a voz que ocupa a primeira faixa do volume 3 do disco, “Samba de Verão”, dos irmãos Marcos e Paulo Sergio Valle.E tem outros baianos na área. Doces bárbaras como Gal Costa (“Desafinado”),e Maria Bethânia (“Apelo”, dividida com Toquinho e Vinicius), para sermos mais precisos.Mas, naturalmente, são os cariocas que dão o sotaque mais forte à empreitada, que, não bastasse o repertório, também traz caprichados encartes, com as lâminas trazendo fotos históricas dos artistas (confira, por exemplo, Wanda Sá, linda e loura, de violão, com as pernas à mostra, na mesa de um bar) e um pouquinho da biografia de cada um. E, claro, as letras das canções.Pelos encartes, ficamos sabendo, por exemplo, das divergências em torno da “paternidade” do termo Bossa Nova, que significa “jeito novo”, “nova onda”.Alguns estudiosos afirmam que foi o texto de apresentação de João Gilberto, escrito por Tom Jobim na contra-capa do antológico disco “Chega de Saudade”. Outros afirmam que seria o verso “isso é bossa nova, isso é muito natural”, presente em “Desafinado”, do mesmo disco. “De qualquer forma, qualquer versão coloca Jobim, Gilberto e Desafinado como marca fundamental da música brasileira”. Composta em 1958, a canção foi gravada e regravada “n” vezes, inclusive por Frank “The Voice” Sinatra e pelo astro pop George Michael, apreciador confesso da música brasileira. Músicas instrumentais também estão presentes no repertório do box, caso de “Saudade Fez um Samba”, de Ronaldo Bôscoli e Carlos Lyra, dois dos expoentes maiores do movimento. Ou a versão de “Só Danço Samba”, com o internacionalíssimo Sergio Mendes, cujo compacto homônimo vendeu milhões de cópias nos EUA, rivalizando com os Beatles.
Nenhum comentário:
Postar um comentário